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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

A guerra do Gatilheiro Quintino contra a Cidapar

GUERRA DO GATILHEIRO QUINTINO
Um corpo carregado pela multidão pelas trilhas da floresta

Poceiros combateram uma melícia da CIDAPAR (Compania de Desenvolvimento Agropecuário, Industria e Mineral do Pará). A empresa, privada, queria se instalar nas terras ocupadas por eles e contava com apoio do governo do estado. O chefe Militar do poceiros, Quintino da Silva Lira, 38 anos, foi executado numa operação de 500 policiais. Quintino, um pistoleir, preferia ser chamado de 'Gatilheiro', que no sei vocabulário era contratado por 'pobres sem coragem'.

Foto do Gatilheiro Quintino
No começo dos anos 80, o governo do Pará incentiva uma empresa chamada ''Cidapar'' a se instalar na  região nordeste do estado, justamente numa região já ocupada a muito tempo por poceiros. Essa empresa, tem dificuldades de se instalar na região porque os poceiros também não aceitavam deixar suas propriedades, eles tinham investidos nas suas terras e achavam que tinham direitos e questionavam do jeito deles esses direitos.

Local ocupado pela empresa Cidapar, que queria se instalar nas terras dos posseiros
E essa empresa (Cidapar) monta uma melicia própria chamada guarda de segurança montada por cerca de 100 homens e começa a retirar a bala as famílias, matando e torturar pessoas, A polícia militar não somente fazia vistas grossas mas também ajudava a compror a repressão.

Foi então que os homens do lugar chegaram a conclusão que era preciso registir usando os mesmos métodos da polícia e da melicia, isso é, o método da bala. Mas eles não se consideravam valentes porque eles se achavam muito pacificos e só entendiam de terras. E um dia, chegou na casa de um desses poceiros um foragido da Justiça, chamado Quintino Lira.
Sr. Benedito Tavares segurando a foto do Gatilheiro Quintino. O agricultor dava abrigo em sua casa para Quintino se esconder.

E Quintino falou: ''eu quero repouso, aqui, porque estou fugindo da Justiça.''
Então os poceiros olharam para ele e disseram: é ele o homem valente que agente precisa para nos comandar e para nos liderar para retirar a cidapar e os homens do governo daqui. E começaram a dizer, ''o sr. pode ficar mais tempo aqui'' e começaram a dar presentes para o Quintino e o Quintino começou a gostar da historia. Ganhou um chapéu novo, ganhou munições. Só que o Quintino disse pra eles: ''olha, para ser pistoleiro eu preciso ser contrato por fazendeiro ou por algum homem rico e não tem um rico aqui, só tem pobre aqui. Eu vou ser o Gatilheiro Quintino''. Dai vem a designação da palavra ''Gatilheiro''.
Casa inde morava o Gatilheiro Quintino
Ele se considerava Gatilheiro e assim que ele era chamado.  Durante três anos, o Gatilheiro Quintino no comando de dezenas de homens armou uma série de emboscadas participou de uma série de ações contra a Cidapar. Não há registros de quantos homens da Polícia Militar e da Cidapar que acabaram morrendo mas pelos depoimentos dos moradores foi um número bastante elevado, foram cerca de 15 poceiros.

No final do movimento os poceiros já tinha conseguido espulsar a empresa, o Governo do Estado do Pará monta uma operação de guerra só com homens da polícia para caçar o Quintino e era uma questão de honra pega-lo.

E montaram uma verdadeira operação de guerra para acabar com o Quintino. A polícia soube que ele participaria de uma festa num sitio da região e montou um cerco a esse sitio, e pegaram o Quintino e o fuzilaram, enterraram o corpo num cemitério da região.

 Dois dias depois da morte do Quintino, os poceiros resolvem fazer uma homenagem ao seu grande comandante. E foi uma multidão para Capanema onde o Quintino tinha sido sepultado para retirar o corpo do Quintino. Essa multidão retirou o caixão, retirou o corpo de quintino, porque nao aceitavam o caixão dado pela polícia, colocaram o corpo de Quintino num caixão novo, e num cortejo que durou pelo menos 48 horas essa multidão percorreu sítios e povoados da mata e da região do Guamá com o corpo do Quintino pra levar até a cidadezinha onde vivia a família do Quintino em São José do Piriá no Pará.

                       Com informações do: Infográfico elaborado por “O Estado de S. Paulo”
Irmão de Quintino

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